No século I a.C., o general romano Pompeu, encorajava os tripulantes que receavam por suas vidas com a frase “Navigare necesse, vivere non est necesse”, vinculando navegar à uma necessidade, uma viagem para abastecer a capital Roma e salvá-la de um colapso.
No século XIV, o poeta italiano Petrarca transformava a expressão para “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Nesta segunda versão, navegar é uma viagem exata, faz-se com bússolas, astrolábios, com instrumentos. Enquanto viver é uma viagem de opções, escolhas, conflitos, mudanças, variáveis, inseguranças, transições...
No início do século XIX, Fernando Pessoa escreveu “Quero para mim o espírito dessa frase”, confinando o seu sentido de vida à criação. “Viver não é necessário; o que é necessário é criar”. E retorna ao sentido da necessidade.
Em 1969, Caetano Veloso canta em Os Argonautas “Navegar é preciso, viver não é preciso” e retoma o significado de precisão. Ou não?...
Contextualizando para o mundo dos negócios, extremamente competitivo, onde cada detalhe faz diferença, inovar passa a ser uma necessidade para a própria sobrevivência. Por outro lado, a inovação pode ser, ao mesmo tempo, precisa. Temos muitos instrumentos, muitas ferramentas que podem nos auxiliar em nossa criação, planejamento, execução (navegação), monitoramento e tomada de decisão.
No livro Estratégias Proativas de Negócio, dos autores e professores Leonardo Araújo e Rogério Gava, encontramos três capacidades essenciais para uma organização vencer os entraves da inovação proativa:
Saber lidar com o canibalismo da oferta: destrua sua vantagem antes que outros o façam.
Saber lidar com o receio da rejeição: a empresa deverá influenciar e preparar os consumidores para entender e aceitar as inovações radicais propostas.
Saber ouvir o que os consumidores não falam: quando se trata de inovações radicais, os consumidores geralmente não conseguem imaginar o que seria possível existir. É preciso que a escuta da empresa seja sensível também às preferências e necessidades latentes.
Para colocar a empresa cara a cara com a possibilidade de antecipação da mudança, três atitudes são fundamentais:
Aprenda a aprender com o erro: é necessário que a empresa traduza o que o erro está tentando ensinar.
Assegure o livre curso de ideias: lembre-se de que a verdadeira inovação não acontece quando a empresa detém a capacidade de enxergar o que todos estão enxergando, mas de pensar o que ninguém até então pensou.
Saiba aproveitar o “acaso”: trata-se de buscar a pergunta certa para uma resposta inesperada.
Em termos práticos:
Premie a criatividade e a experimentação: a criação de incentivos sempre funcionam.
Crie uma meta para a empresa perseguir o novo: conceba métricas para o desenvolvimento de novos produtos e inovação de processos.
Faça seus gerentes cometerem “erros novos”: são saudáveis quando ocorrem na busca de soluções não usuais para problemas complexos.
Em breve, a última dimensão: Pessoas.
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